FORMAS DE KI
A tradição sagrada nos ensina que mesmo que o Ki, a Suprema Energia, seja única, esta se expressa de diferentes formas ou sopros (vayu) mais sutis ou mais densos, como as cores do arco-íris, que são a expressão visível do puro branco da luz. Assim, poderíamos definir estas expressões do Ki ou do prana da seguinte forma, segundo a tradição:]
• “Prana do alento” ou “sopro vital”. Este ki se expressa na inspiração que recebemos na respiração e que se extende desde o nariz à garganta, coração e aos pulmões. Absorve a energia solar ou fotônica. É um ki “vertical”, proveniente do espaço, da luz, do Sol e do oxigênio. Este ki se relaciona com a cor vermelho rubi. Como anedota, diremos que Onisaburo deguchi e a ordem esotérica O-Moto-Kyo ensinavam a seus seguidores uma técnica de respiração purificadora que permitia separar o ki do oxigênio e reconduzi-lo até os centros superiores, e que esta técnica sobrevive ainda em algumas escolas de Aikido esotérico ou espiritual, ainda que não possa ser revelada em uma publicação devido ao risco que pode levar ao estudante imprudente ou neófito, que não possui um grande domínio de seu corpo astral.
• A segunda forma de ki é samana, ou “alento médio”, ou “prana de assimilação”, que flui desde o coração ao plexo solar e com o processo digestivo e a assimilação dos nutrientes. Relaciona-se à retenção do alento. É uma energia de construção, de cura e de sustentação da vida. Diz-se que este ki será o responsável por elevar a energia até os centros superiores e “unir o Céu e a Terra”. Sua cor é o branco puro ou transparente como o cristal de rocha.
• O terceiro tipo de ki é apana, o “sopro ascendente”, relaciona-se à expiração (exalação) e é muito querido pelos grandes ascetas e yoguis, pois se ocupa da excressão, e portanto da purificação dos órgãos, que na prática dos diferentes yogas ou das artes marciais superiores é extremamente importante, pois com a expiração vem a eliminação dos resíduos e tóxicos bio-químicos resultantes da oxigenação e da digestão. E também se limpam os diferentes nadis ou canais de energia, e os órgãos etéricos, uma verdadeira rede etérica formada por milhares de canais (bem conhecidos pelos acupuntores) que conduzem o ki ou prana. Sua cor varia do branco ao vermelho.
• Udana,é um sopro mais elevado, também muito querido pelos yoguis e praticantes de mantrayama e kototama (a ciência esotérica dos sons), pois relaciona-se à voz, ao som, à linguagem e aos órgãos superiores, e portanto ao corpo etérico, daí a extrema importância em um estudante ou instrutor purificar seu verbo, suas palavras, pois a energia do ki irá diretamente a seu corpo sutil ou etérico, alimentando-o de vitalidade. Muitas enfermidades, sobretudo mentais, têm sua origem em um uso negativo das palavras. Por sua vez, este ki relaciona-se a certas glândulas endócrinas de enorme importância na vida espiritual, como a pineal e a pituitária, que, recordemos, era onde Leonardo da Vinci e René Descartes (dentre muitos outros) situavam a “sede da alma”. Sua cor é azul celeste.
• Vyana é o ki ou prana superior, pois é a soma dos anteriores, o total das energias prânicas. Relaciona-se ao processo de morte e renascimento. É através deste prana que os grandes lamas iniciados conseguem abandonar este mundo pela parte superior do crânio em plena consciência, sem atravessar os “planos intermediários”, ou bardos. Este sopro surge do “coração secreto” até o exterior em uma forma espiral. Sua cor é o dourado.
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